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Computadores ao ar livre

Open-air computers. Este é o titulo de uma recente matéria de The Economist que traz para discussão um tema que o GPC trabalha desde sua criação: a relação entre as tecnologias digitais de comunicação e informação e o espaço urbano.

Ao contrário de diversas previsões apressadas e alarmistas – como a do escritor americano George Gilder, utilizada como exemplo na matéria –, as tecnologias digitais, e em especial as mídias locativas, podem modificar e resignificar o espaço urbano, e não afastar as pessoas dos lugares físicos e das relações interpessoais. E tais mudanças são mais presentes e visíveis nas cidades contemporâneas.

Inversamente do que diz Gilder, as cidades não estão morrendo. Na verdade, segundo The Economist, elas estão crescendo e recebendo mais pessoas, tendo as tecnologias digitais de comunicação um papel muito importante. Isto por três motivos: a conexão é normalmente melhor nas cidades; a conversa através das  tecnologias digitais reforçam ao invés de substituir a comunicação cara a cara; e há produção intensa de grandes quantidades de dados gerados por dispositivos conectados.

These are densely concentrated in cities, because that is where the people, machines, buildings and infrastructures that carry and contain them are packed together. They are turning cities into vast data factories. “That kind of merger between physical and digital environments presents an opportunity for us to think about the city almost like a computer in the open air,” says Assaf Biderman of the SENSEable lab. As those data are collected and analysed, and the results are recycled into urban life, they may turn cities into even more productive and attractive places. 

Esse “computador ao ar livre”, envolvendo pessoas, objetos, máquinas, prédios, infraestruturas, pode ser mais uma referência à Internet das Coisas, tema que vem sendo trabalhado por alguns pesquisadores do GPC. E, claro, esse “computador ao ar livre”, invadindo as cidades, amplia as formas como interagimos com o espaço urbano. A cidade como um todo, segundo o artigo, pode ser melhorada a partir de remodelagens de suas infraestruturas, aproveitando a grande quantidade de dados produzidos por pessoas e objetos em deslocamento nas vias urbanas.

Trata-se de uma cidade voltada não apenas para as pessoas, mas também para os objetos que compõem redes de atores envolvidos em processos de mediação e intermediação. Ou, de forma mais simples, sujeitos e objetos que contam histórias, deixam traços: “In fact, just about any object can tell a story”. Para o The Economist, aos poucos a tecnologia tem tornado melhor a vida na cidade.