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“O mundo está contando uma história” que Google quer ler com Big Data e satélites

“O mundo está contando uma história”, é o que afirma o site da empresa de imagens de satélite Terra Bella,  criada a partir da SkyBox Imaging, comprada em 2015 pela Alphabet (Google) por apenas 500 mil dólares. Saiu barato. Pelo menos é o que se pensa quando se entende o que a gigante das buscas pretende fazer com seu investimento. A ideia é unir monitoramento dinâmico via satélite com seus próprios fluxos de dados, unindo o potencial da visibilidade global com o poder do Big Data para observar processos complexos que transformam a superfície do planeta.

Sem contar as imagens do festival Burning Man reproduzidas acima, as oportunidades vão desde o monitoramento de crises ou desastres ambientais, o acompanhamento de fluxos de navios em portos, desenvolvimentos imobiliários e de mineração, além dos usos já conhecidos como monitorar o desmatamento, crises de refugiados e degelo das calotas polares. Ou seja, trata-se de um monitoramento dos fluxos econômicos, geográficos, naturais e humanos que transformam a paisagem planetária.

O diferencial da proposta, e aí entra o Alphabet, está na utilização do Big Data disponibilizado pela base do Google para, em primeiro lugar, dar sentido às imagens ampliando seu potencial para gerar valor informacional; em segundo articular imagens com outros dados digitalizados e indexados de modo a facilitar a busca e processamento de padrões, um ponto fraco na identificação de imagens que já é realizada pelo mecanismo de buscas. 

A empresa já conta com 2 satélites em órbita, são pequenos dispositivos de 60 x 60 x 80cm e com um peso inferior a 100 kg com os quais a empresa criou o primeiro video HD do planeta  com uma resolução de 1080p, sem contar as mais de 100.000 imagens que você já pode haver usado no Google Maps. Atualmente, Terra Bella está construindo mais 12 satélites para sua “constelação”. Os dispositivos orbitam a uma velocidade de quase 30.000 Km/h e ainda assim conseguem registrar objetos tão pequenos quanto automóveis no chão.

Apesar de não serem estáticos, os satélites tem por objetivo acumular imagens de cada ponto estudado em várias passagens, de modo a criar um registro dinâmico acompanhando as mudanças ao longo do tempo, para, desta forma, observar a evolução das transformações,  articulando estas observações com os recursos de Big Data.

Este é um exemplo valioso de como desenvolvimentos diversos na vanguarda tecnológica vão gradualmente compondo uma rede de transformações pontuais, porém articuladas, em que um novo patamar tecnológico vai gradualmente sendo perceptível por meio da evolução das conexões observadas.